Melhores de 2019: Singles do Ano (Solistas)
Camila Monteiro
07/12/2019 14h49
Seguindo no reino dos solistas, trago aqui o top 10 melhores singles lançados esse ano. Por motivos óbvios – coesão e coerência principalmente – vários idols citados nos discos solo do ano estarão por aqui.
#10 Chicken Noodle Soup – J-Hope
Abro a lista com nosso sol, nossa esperança, ele mesmo J-Hope, ou Hobi pra quem é fã de BTS. Depois das Armys terem feito um trabalho investigativo e descoberto que Becky G estava provavelmente gravando algo com Hobi, que tinha ido para a LA, misteriosamente a trabalho, a surpresa do "remake" de Chicken Noodle Soup, ainda assim não foi destruída, pois ambos os cantores dançam, cantam e mostram uma química excelente. Inesperadamente J-Hope nos presenteou com uma música que ele queria já ter lançado no primeiro álbum dele, o Hope World. Sorte a nossa que não rolou e tivemos a oportunidade de ver agora com Becky G.
#9 We don't talk together – HEIZE
Esse ano foi importantíssimo para a carreira de HEIZE, que não apenas lançou seu primeiro disco inteiro, o She's fine, que é muito bom, como também nos deu conceito e estética com We don't talk together. Em meio a esqueletos e desilusões, tudo funciona nessa música, que foi produzida por Suga (BTS). Não tinha como essa parceria dar errado pois ambos são artistas que nos contam suas dores e experiências pessoais de forma crua e necessária.
#8 Who dat b – Jessi
Agora entramos na trica de novos contratados da PNATION, empresa criada pelo PSY, ele mesmo, de Gangnam Style. Com obejtivo de abrigar todo mundo que foi escanteado ou demitido por empresas equivocadas – sim, a maioria demitiu eles de forma bizarra – Psy foi coletando vários artistas descontentes em suas antigas casas e que agora brilham fazendo suas músicas com liberdade e paz de espírito. A primeira contratada da casa foi Jessi, sempre muito dona de si, cheia de carisma e fazendo tudo que a sociedade coreana tem pavor: sendo livre e falando verdades inconvenientes. Who dat b? tem um visual absurdo, Jessi rebola sua bunda pela Europa, pede nosso dinheiro, questiona quem é a baddest bitch of the game e a resposta é uma só.
#7 Money – DAWN
Mais um contratado da PNATION, Dawn provavelmente é o menos conhecido dos três, e veio com HyunA para mostrar que a Cube cometeu um gigantesco erro ao demitir ambos da empresa apenas porque eles namoravam. DAWN, ex E'Dawn, era um dos principais membros da Pentagon e fazia parte da também excelente Triple H – jamais superarei o fim desse trio – portanto a saída dele de ambos foi um desserviço pro kpop. No entanto PSY deu oportunidade para ele ter sua carreira solo e entregar o conteúdo que ele sempre quis, combinando a estética junkie da 3H, com uma música que reflete as dores e dificuldades das escolhas e julgamentos que ele enfrentou nos últimos anos. Destaque para a ótima coreografia de Money, e a letra difícil expondo a hipocrisia da indústria.
#6 Flower Shower – HyunA
E nada disso seria possível se não existisse Kim HyunA, um dos maiores ícones que o kpop tem, que já atravessou gerações e segue sempre atual. A cantora acabou saíndo da Cube por namorar Dawn e ambos foram extremamente julgados e destratados por assumirem relacionamento publicamente. HyunA sempre foi contra a maré, sempre foi julgada e pouco se importou. O mais interessante é que ela deu a volta por cima e depois de passar por exploração e exposições desnecessárias ela finalmente criou uma carreira que ela sempre quis e que lutou muito para ter. Melhor do que ver Hyuna é vê-la alegre. E Flower Shower é puro amor e alegria. The emancipation of Kim HyunA em forma de banho de flores.
#5 TWIT – HwaSa
2019 foi também um ano gigante para Hwasa, não somente pelo sucesso com as MAMAMOO, cada vez mais reconhecidas, mas principalmente pelo lançamento do seu primeiro single solo, TWIT. A música fez um sucesso maior do que o esperado, e so stages ao vivo combinados com o refrão chiclete colaboraram para a disseminação de um dos grandes hits do ano. Escrita por ela, TWIT mostra Hwasa empoderadíssima, de saco cheio de homens imaturos. A estética plástico pode não ser a mais ecológica possível, mas agregou valor à narrativa escolhida para o MV e música. I don't like it, nobody like it. TUITUITUITUIIII.
#4 Want – Taemin
WANT é a evolução e sequência necessária ao grande hit que foi MOVE. É Lee Taemin ainda mais confiante, maduro e dominando não apenas o palco, como também cobras, lenços e as nossas vidas. A música é um pop sensual, HOT HOT, e nos provoca do início ao fim. Ver ele rebolando com suas luvas cheias de textura levam o imaginário a outro patamar, principalmente quando Taemin repete que ele é o nosso brinquedo. Honestamente, nada mais precisa ser dito, basta dar play para entender o que eu to dizendo aqui…
#3 Lalalay – SUNMI
Fazer uma lista de músicas do ano sem Lee Sunmi não é uma opção plausível, e temos que agradecer que ela resolveu lançar o excelente jam que é LALALAY. Toda vez que Sunmi lança algo a gente sabe que teremos conceito, estética, roupas incríveis, coisas estranhas acontecendo ou existindo, ela comendo alguma coisa e claro, uma coreografia insana. Pois aqui temos tudo isso e ela está loira e de maria chiquinhas. Ou seja, vai além do que a gente poderia imaginar. Dançar segurando o cabelo é algo que nunca pensei fazer mas Sunmi me convenceu que não somente é possível como necessário.
#2 UN Village – Baekhyun
O que eu mais gosto de UN Village é o fato de ser uma música consideravelmente fora da curva para ser lead single de um disco e mesmo assim Baekhyun apostou nela. Confesso que quando escutei pela primeira vez fiquei confusa com a escolha, mas hoje percebo que foi o melhor single possível de um disco cheio de possíveis hits. Mostra a qualidade da voz dele, tem um arranjo marcado de forma diferente, é soft, despretensiosa, leve, uma música de lounge sofisticadíssima e dá o tom necessário para a gente adentrar as luzes da cidade de Byun Baekhyun.
#1 Gotta Go – CHUNG HA
Como 2019 foi o ano da Chung Ha, eu não poderia ter escolhido outra pessoa para ocupar essa primeira posição. Fiquei em dúvida se colocava Snapping ou Gotta Go, mas Gotta Go além de superior, também fez mais sucesso. Seja pela sonoridade meio O clone, pela coreografia magistral ou pelas transições e paleta de cores, o MV da música consegue fazer jus ao nível que a música exige. É impossível ouvir Gotta Go apenas uma vez. E na segunda audição a gente já aprendeu a dançar o refrão. Isso define um hit.
Sobre a autora
Camila Monteiro é jornalista e estudante de doutorado em música, mídia e fandoms. Ama cultura pop e é muito fã de Bangtan. Sua vida se divide em antes e depois que ela viu Park Jimin na sua frente.
Sobre o blog
Nesse espaço discutiremos o Universo Kpopper: fandoms, bandas, debuts, disbands, MVs, álbuns, tours, coreografias, Coréia e tudo que o K-Pop nos oferece. Entre visuals, rappers e vocalistas, ultimates e bias wrecker estabelecido(a)s, vamos refletir sobre as diferentes gerações do pop coreano, a influência na moda, beleza, cultura e como o K-pop muda a vida das pessoas.