Rewind: Lee Taemin
Camila Monteiro
06/04/2019 08h50
Lee Taemin em imagem divulgação de WANT (reprodução/instagram)
No rewind dessa semana eu trago um dos meus artistas favoritos atualmente, dentro e fora do kpop, Lee Taemin. Logo que adentrei o universo do pop coreano eu me mantive apenas no quintal de BTS por cerca de um mês até uma amiga que já era fã de kpop me passar uma playlist intitulada K-Trash (até hoje acho esse nome equivocado pois estigmas, mas isso é tema para outro post). Logo de cara me deparei com Move e desde aquele momento eu jamais superei a força que é Taemin. Lembro perfeitamente do momento que botei na tv o MV para assistir e fiquei uns 5 minutos parada depois que acabou para tentar absorver o que eu tinha acabado de ver. Então nada mais justo do que abrir com Move, o início da minha linda trajetória de amor a esse ícone coreano:
- MOVE (2017)
Move sempre terá um lugar especial no meu coração por ter colocado esse homem na minha vida, mas como vocês podem ver dando play, está longe de ser o único motivo para essa música e clipe serem inesquecíveis. A coreografia é icônica, daquelas que a gente genuinamente não esquece mais e vira referência para futuras gerações de idols. A produção e arranjo da música, as locações, os figurinos escolhidos, tudo é uma sucessão de grandes acertos. Até a chuva manjada funciona. Enquanto eu escrevo e escuto a música a minha vontade é de levantar e emular Lee Taemin. Isso define um bom hit.
- DANGER (2014)
Depois que eu consegui parar de ver Move – não foi fácil – eu resolvi jogar o nome de Taemin na busca do youtube para ver se ele tinha mais alguma coisa boa. 1 minuto de silêncio para a Camila do passado que mal sabia o Universo que ela encontraria diante dela. Esse é um daqueles momentos que a gente lembra com sorriso no rosto pois o que veio depois foi uma jornada incrível. E essa jornada começou com Danger. O que falar de Danger? Eu poderia dizer apenas ASSISTAM em negrito e caps louquíssima pois Lee Taemin é definição de visual e merece ser apreciado com os olhos além dos ouvidos. O mais absurdo é que Danger foi estreia da carreira solo dele. Taemin, membro mais novo – maknae pros leigos – da famosa e talentosa SHINee foi o primeiro dos cinco a lançar sua carreira solo, em 2014 com o álbum ACE. E nesse álbum temos esse grandíssimo jam que é D A N G E R. Eu não sei dizer se o que eu mais gosto de Danger é o início com Taemin loiríssimo e usando um piercing que conecta a orelha com o nariz fazendo a linha BDSM, se é o cosplay que ele faz de Alex DeLarge em Laranja Mecânica, se é o fato de que a coreografia icônica do dedinho foi feita por Ian Eastwood, um menino americano que eu acompanhava desprentensiosamente no youtube sem nem saber que ele trabalhava com estrelas coreanas, o manbun que Taemin usa enquanto dança sem camisa numa tela preta e branca, a linha biker emo submundo ou o fato de que só faltou Jack White tocando a guitarra/arma que ele carrega no clipe. Danger é um debut pé na porta que já avisava ao mundo o que seria a carreira solo de Lee Taemin.
- SAYONARA HITORI (2016)
Sayonara Hitori, ou Goodbye, tem o prestígio de ser a primeira versão japonesa de música coreana que eu acho melhor que a original (BTS tem muitas versões japonesas mas eu acho as coreanas todas superiores). Por alguma razão Lee Taemin funciona demais em japonês e o MV emulando um jogo de video game alimenta essa fanfic avatar Taemin. Além desse tom jogos misturado com os passos de dança que já viraram característicos dele, o MV tem umas cenas dele num caixão que me remetem ao meu passado emo fã de My Chemical Romance – olá Helena – e sempre visualizo Gerard Way ao lado de Lee Taemin berrando SOOOO LOOOONG AND GOOOODNIGHTTTTTT junto de SAYONARA HITOOOOORI (por favor alguém faz esse remix que eu divulgo pro mundo). É bater na mesma tecla elogiar os looks, maquiagem e coreografia de Taemin mas é impossível não destacar pois o nível de pré e pós produção em todos os trabalhos dele são absurdos. Lee Taemin é worldwide class act e tenho – muitas – provas:
Tenho TANTAS provas que aqui vai um mero ensaio dele de Sayonara Hitori que é melhor que praticamente tudo que o ocidente nos joga na cara atualmente. Eu pagaria ingresso pra assistir ensaio de Lee Taemin sim e é facil entender a razão:
- PRESS YOUR NUMBER (2016)
Press your number é um dos grandes hits de Taemin no seu disco Press It, que em muitos lugares é listado como primeiro disco de estúdio, oficial, dele. Há controvérsias, mas o importante é saber que nesse disco temos vários destaques que valem o nosso tempo, entre eles Drip drop, Sexuality e Soldier. O vídeo abaixo é a versão performance – no kpop é comum lançarem o mv oficial, dance practices e outras versões como performance e boyfriend – e o que dizer de um vídeo onde Taemin está parecendo Lestat com suas roupas de época, em uma mansão antiga em LA (eu achei que era algum lugar na Europa mas o Google me corrigiu me educando que o local se chama Villa de Leon, Pacific Palisades, LA) e dançando horrores????? Eu só indico dar play mesmo pois nenhuma frase definirá o que é assistir Taemin dançar. Acho interessante que ele tá preparado pra fazer parte de Blood, Sweat and Tears de BTS – um hino atemporal do kpop – porém Press your number saiu meses antes. Taí alguém de visão.
- THIRSTY (2017)
Quem chegou até aqui já percebeu que eu sou stan (900% fã) de Lee Taemin e sim, esse é um fato comprovado, mas o que as pessoas precisam entender é que apesar de eu amar todo catálogo dele, nada se compara ao meu amor pela era MOVE. Uma era que não nos deu apenas a música título icônica mas também nos presenteou com Thirsty. Esse é o momento que eu aviso vocês que Lee Taemin de vermelho it's a thing (novamente me remetendo a Jack White e White Stripes de forma geral; eu cada dia mais convencida de que esse feat faria todo o sentindo do mundo). O MV tem basicamente dois ambientes, um balcão com Taemin e seus dançarinos nos entregando mais uma coreografia icônica, e uma espécie de sala-cubo que lembra muito os clipes final dos anos 90/início de 00, até o ângulo da câmera (olho de peixe). Essa sala merece destaque pois é nela que Taemin está todo de vermelho, da cabeça aos pés, com uma coreografia desesperada dizendo que a gente deixa ele sedento. Reflitamos bem aqui:
Taemin faz muita tour e todas elas são excelentes. Ele tem um domínio artístico, de todos os valores possíveis, sejam eles musicais ou performáticos, que faz a gente sentar e assistir dvd de tour. Tive o prazer de assistir OFF-SICK e a vontade de pegar um avião para o Japão/Coréia foi enorme. As versões dos shows, os remixes, os palcos e VCRs comprovam que estamos diante de um artista extremamente talentoso. Vale lembrar que Lee Taemin tem apenas 25 anos apesar de já estar nesse universo do kpop há mais de 10, quando debutou aos 14 anos com a SHINee (2008).
- UNDER MY SKIN (2018)
Se eu tivesse que definir under my skin em uma única palavra seria: sofisticação. Aqui vemos Taemin, novamente todo de vermelho, mas dessa vez nada sedento e completamente etéreo. Under my skin está no primeiro disco oficial em japonês de Taemin e a gente percebe as diferenças nos MVs coreanos e japoneses. No caso de Taemin tanto em Sayonara Hitori quanto aqui ele está no meio do nada mas esse nada é sempre um lugar absurdamente bonito e SEMPRE vai ter um momento com flores/folhas voando pois Japão. Gosto muito do fato de que aqui Taemin não tem uma coreografia clara, marcada, ao invés disso temos ele se movendo de forma dramática entre espelhos quebrados e praias desertas. Mesmo que eu seja fã das músicas pop perfection com coreografias elaboradas, looks e makes insanos é sempre bom ver o outro lado dos nossos idols, e Taemin faz isso com maestria.
- WANT (2019)
Mas sempre bom lembrar que é de pop perfection que eu gosto sim, é isso que eu quero de Lee Taemin e é isso que ele faz melhor. Want, último lançamento dele, corrobora Taemin como referência tanto em coreografia quanto estilo. A gente olha para uma coreografia de outro grupo e fala "nossa, achei super Lee Taemin". Ele já virou essa pessoa e Want nos ajuda a entender isso. A constante utilização de vermelho também me chama atenção e virou marca regristrada dele. Eu vejo uma imagem de Lee Taemin de terno vermelho e já sei que o hit virá. Aqui ele faz a linha Sonserina, dançando e sensualizando em meio a cobras enquanto ele canta HOT HOT e num tom de quase ameaça nos avisa que a gente vai desejar ele (joke's on him, eu sempre desejei ele, imagina agora). É até chato ficar falando "E A COREOGRAFIA", mas eu vou ser chata e falar E A COREOGRFIA pois Taemin é um dos melhores dançarinos da indústria atual. Sem nenhum gênero na frente mesmo. Ele dança como poucos e tem um estilo próprio que foi evoluindo ao longo do tempo e podemos ver em WANT, na parte final, quando a música estoura assim como as nossas cabeças ao ver o tanto que esse homem dança:
Como não basta enaltecer a carreira solo de Taemin eu achei de bom tom colocar aqui vídeos dele se apresentando com outras pessoas maravilhosas:
- TAEMIN & SUNMI – MAMA 2017
- TAEMIN & JIMIN (2MIN) – SHOWDANCE
- TAEMIN & BEWHY – PINOCCHIO
Acabei de escrever esse post e me dei conta do tanto que eu admiro Lee Taemin, pela trajetória, por ter começado tão cedo e ter se tornado um sucesso tanto dentro do seu grupo quanto solo, por ser um grande hub de amigos maravilhosos (Padding Squad só tem gente talentosa), por ter um estilo de dança único, por ter uma voz maravilhosa e por ser ícone fashionista com makes e outfits que causariam inveja a qualquer diva pop ocidental.
Sobre a autora
Camila Monteiro é jornalista e estudante de doutorado em música, mídia e fandoms. Ama cultura pop e é muito fã de Bangtan. Sua vida se divide em antes e depois que ela viu Park Jimin na sua frente.
Sobre o blog
Nesse espaço discutiremos o Universo Kpopper: fandoms, bandas, debuts, disbands, MVs, álbuns, tours, coreografias, Coréia e tudo que o K-Pop nos oferece. Entre visuals, rappers e vocalistas, ultimates e bias wrecker estabelecido(a)s, vamos refletir sobre as diferentes gerações do pop coreano, a influência na moda, beleza, cultura e como o K-pop muda a vida das pessoas.