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K-Food: O prazer de aprender sobre a culinária coreana

Camila Monteiro

26/03/2019 16h49

Logo que entramos no universo k-pop é comum termos curiosidade sobre absolutamente tudo relacionado a Coréia. Doramas (as novelas coreanas), produtos de beleza, lugares para visitar, política (eu particularmente gosto de entender o que tá acontecendo nos países, principalmente em um que tenho pouco conhecimento) e culinária. A culinária coreana sempre foi destaque dentro da cultura asiática mas com a popularização do k-pop o hype da comida coreana cresceu consideravelmente nos últimos anos. Seja um ramen básico – o nosso famoso miojo – de forma incrementada ou até mesmo um churrasco completo coreano (o excelente bulgogi), acabamos interessados em provar os pratos típicos por motivos de "propaganda" constante. Ao acompanharmos a rotina dos idols, seja em lives pós show, vídeos de ensaio ou gravações de performances/mvs, é bem comum vermos eles comendo. O tempo inteiro. A valorização da comida, mesmo parecendo algo tão simples, é uma das essências da cultura asiática. Por mais ricos que alguns idols sejam eles ficam extremamente felizes ao receber comida de graça e apreciam todas as refeições sejam elas elaboradas ou não. Quem assiste Run (série de BTS) sabe como praticamente todos os prêmios do programa envolvem comidas e o quão serious business é pros membros do grupo valorizar cada prato.

Na imagem acima temos Suga, um dos melhores cozinheiros de BTS, mostrando seus dotes culinários. Além dele, Jin também cozinha – e come – constantemente. Ele inclusive tinha um programa no youtube chamado Eat Jin, onde ele sentava na frente da câmera e conversava com a gente enquanto comia. Jin ama tanto cozinhar e comer que ele abriu um restaurante – Ossu Seiromushi – em Seoul com o seu irmão. E de tanto ver idols e atores comendo em programas e doramas respectivamente eu resolvi aprender alguns pratos da culinária coreana. Na verdade eu juntei dois projetos; primeiro queria ficar um mês inteiro sem pedir comida pois eu tava gastando muito com delivery, e segundo eu tava realmente disposta a aprender a cozinhar comida coreana então aproveitei o momento para unir as duas coisas em um único projeto. Foi um mês que aprendi muito em vídeos tutoriais no youtube (Maangchi e Wife's cuisine salvaram a minha vida).

Hoje postarei o meu prato preferido, o bibimbap (비빔밥). Bap é arroz em coreano, ingrediente que vai aparecer muito em qualquer prato típico de lá, seja na sua forma tradicional ou em formato de bolinho (o famoso tteok, protagonista de muitas outras receitas). E bibim é misturado de legumes. Ou seja, bibimbap nada mais é que um arroz misturado.

Uma das primeiras coisas que aprendi ao assistir vários vídeos de cozinha coreana foi a me organizar. Sou extremamente relapsa na cozinha e ver as pessoas cozinhando de forma organizada não somente é crucial para o sucesso do prato como ajuda no ato de cozinhar per se; ver as coisas separadas na tua frente te motiva a seguir fazendo aquilo.

O bibimbap é um prato bem simples mas exige paciência pois cada ingrediente é cozinhado separadamente (eu não entendia a razão pois no fim misturamos tudo mesmo mas tem a ver com o tempo de cozimento de cada coisa). Se tem uma coisa que aprendi nesse mês intensivo culinária coreana é que a base de todos os pratos de lá consistem em 3 itens: molho de soja (shoyu), óleo de gergelim e açúcar mascavo. Existem outros ingredientes bastante coringas como é o caso da pasta de pimenta, a gochujang, que é utilizada muitas vezes como base de molhos, mas de forma geral tudo é bastante adaptável.

Tirando a pasta de pimenta e o kimchi (kimchi é repolho fermentado e figura onipresente na culinária coreana. Independente do prato ele tá sempre ali de acompanhamento), o bibimbap tem como base o arroz e em cima colocamos abobrinha, cenoura, pepino, broto de feijão e uma carne/cogumelos dependendo das preferências. Dá para colocar outros ingredientes como cebola, espinafre e shiitake. O importante é cozinhar cada item separadamente, com óleo de gergelim, sal e pimenta. A ordem é dos mais claros pros mais escuros e o tempero da carne que fiz foi uma mistura de 1 colher (15mg) de açúcar mascavo, 2 col de molho de soja, dois dentes de alho e 1 col de molho de soja. Depois de cozinhar cada item – a parte mais chata depois de picar tudo – vem o melhor momento que é reunir tudo no prato/bowl. É um grande momento Megazord/Avengers ver todos os ingredientes juntos, cozidos e cheirosos. Nesse momento entendemos o porquê da organização da culinária asiática pois além de facilitar o procedimento é também esteticamente rica. Com todos os legumes e carnes no prato, resta colocar os coringas kimchi e gochujang. Dá para fazer sem eles? Sim dá, mas honestamente não fica a mesma coisa. Principalmente a pasta de pimenta. Aqui na Inglaterra eu encontro facilmente em mercados asiáticos, custa em média 3 libras (15 reais) e rende muito. No Brasil existe em mercados online e em SP (alguns amigos já compraram na Liberdade e saiu menos de 20 reais). Pra finalizar temos o ovo frito que pode ser colocado cru caso o bibimbap seja feito em uma panela de pedra (o Dolsot bibimbap), super típico de lá.

Pra acompanhar meu bibimbap, comprei um chá gelado de lichia e ri muito ao perceber que Kris Wu tava no rótulo:

Aprender um pouco da culinária coreana me fez valorizar a cozinha de forma geral e agora toda vez que eu faço uma receita eu percebo que me tornei muito mais organizada e eficiente. Mais um benefício que o k-pop me deu.

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Sobre a autora

Camila Monteiro é jornalista e estudante de doutorado em música, mídia e fandoms. Ama cultura pop e é muito fã de Bangtan. Sua vida se divide em antes e depois que ela viu Park Jimin na sua frente.

Sobre o blog

Nesse espaço discutiremos o Universo Kpopper: fandoms, bandas, debuts, disbands, MVs, álbuns, tours, coreografias, Coréia e tudo que o K-Pop nos oferece. Entre visuals, rappers e vocalistas, ultimates e bias wrecker estabelecido(a)s, vamos refletir sobre as diferentes gerações do pop coreano, a influência na moda, beleza, cultura e como o K-pop muda a vida das pessoas.

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