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Melhores de 2019: Discos do Ano (Grupos)

Camila Monteiro

12/12/2019 20h08

Foi uma tarefa bem mais difícil do que imaginei selecionar e ordenar todos os discos que mais tiveram impacto e/ou foram bem produzidos e merecem destaque em 2019. No post que fiz sobre álbuns solos, discorri um pouco sobre o fato de ter sido um ano repleto de excelentes lançamentos de solistas, muito superiores aos discos lançados pelos grupos das mesmas empresas inclusive – sim SM estou olhando para você – e isso acabou afetando as escolhas que fiz aqui. Abaixo estão 10 discos, e algumas menções honrosas, que considero as melhores produções de 2019 feita por grupos. Aqui você pode ver a lista de top 10 melhores discos solo.

#10 Take Over The Moon – WayV

Representando muito bem o pop chinês, ou c-pop, o segundo álbum da WayV foi uma bela continuação de Take Off, ótimo disco de estreia do grupo. Sigo confusa se estamos diante de uma unit da NCT, a NCT China, ou se o grupo já está totalmente separado do projeto megalomaníaco da SM, de qualquer forma a Wayv contém dois dos melhores idols que estavam na NCT U: Ten e Lucas, e junto com Xiaojun, Kun, YangYang, Hendery e WinWin (nunca entenderei quando ou como ele saiu da NCT 127). Atualmente a WayV é o grupo mais coeso e promissor da casa junto com a Dream, e podemos ver e ouvir o resultado desse entrosamento de talentos em Take Over The Moon. O disco dá espaço para a rap line, para os vocais e conta com uma das melhores músicas que a SM produziu esse ano, Love Talk.

Estilo: pop bem pop, com pitadas de noventismos e boybands antigas

Destaque: Love Talk (você vai querer colocar na sua playlist), Moonwalk (lead single ótimo) e Face to Face (vocal line incrível)

#9 Obsession – EXO

Depois de quase um ano do lançamento do excelente Don't Mess Up My Tempo, a EXO voltou agora com alteregos, a X-EXO, saídos de um Mundo Invertido provavelmente localizado no mesmo universo de Suicide Squad. O grupo, agora com desfalque de D.O., Xiumin e Lay, que novamente não participou de um comeback, conseguiu segurar bem com apenas seis membros, mas confesso que senti falta da voz de DO Kyungsoo. O disco não é tão bom quanto o anterior mas ainda assim mostra as muitas qualidades do grupo, principalmente em harmonizações. Por isso, quem chama muita atenção e se destaca ao longo de Obsession é Suho. Dono das melhores bridges ao lado de Chen, ele brilha muito na maioria das canções do novo disco.

Estilo: pop produzido por Timbaland no início dos anos 2000

Destaque: Baby You Are (a minha favorita até agora), Groove e Trouble. Jekyll podia ser trilha de Suicide Squad portanto não decidi se isso é bom ou ruim.

#8 Clé 1: MIROH – Stray Kids

2019 foi um ano que começou muito bem para Stray Kids, saídos de várias vitórias como rookies do ano, e apresentando sua trajetória numa série de ótimos discos experimentais em forma de Chaves (Clé significa chave em francês) que foram abrindo os diversos labirintos que o grupo nos entregou desde a sua estréia. Infelizmente vimos também a saída de um dos melhores integrantes do grupo, Woojin. Um dos poucos vocais num grupo majoritariamente de rappers, o cantor saiu sem maiores explicações e deixou saudades (eu particularmente adorava a voz dele). Isso acabou ofuscando o fato de o grupo ter criado os sons mais diferentes e excitantes, abrindo um leque de possibilidades pro tipo de música que ouviremos deles no futuro. Espero que eles consigam prosseguir com seus projetos sem novas surpresas indesejadas.

Estilo: EDM e rap da melhor qualidade

Destaque: Miroh, Victory Song e 19

#7 An Ode – SEVENTEEN

An Ode é um marco na carreira da SEVENTEEN, não apenas pela qualidade que o disco entrega, mas por mostrar um amadurecimento conceitual que refletiu num sucesso enorme do disco, o segundo mais vendido do ano até então, ficando atrás apenas de BTS. O grupo foi bastante inteligente nas escolhas de single; HIT e Fear mostram a versatilidade e encontro dos dois mundos apresentados nessa nova narrativa estabelecida por eles. O álbum também dá espaço para todos os membros brilharem, o que é essencial e bastante difícil de ser feito em um grupo com 13 pessoas. Jeonghan, Joshua e Wonwoo são os meus maiores destaques nessa fase atual deles.

Estilo: pop e r&b

Destaque: Fear, 247 (A unit performance brilha muito) e Second Life

#6 Dream Chapter: MAGIC – TXT

Confesso que estava receosa com a direção desse disco, principalmente por ser o primeiro álbum completo dos meninos. E a Big Hit comprovou mais uma vez que sabe muito bem o que está fazendo. Dream Chapter: MAGIC é uma excelente continuação para a abertura que tivemos com STAR. Os discos possuem menos de 9 meses de diferença e mostram uma evolução gigantesca de todos os envolvidos. Run Away é um ótimo lead single que transmite a magia e conecta o que há de mais lúdico, com toques Potterianos que bebem também em Stranger Things. Eclético, o disco mostra várias facetas dos integrantes, o que é crucial para a gente conhecer eles melhor, afinal ainda estamos no início da história da TXT. E se as coisas continuarem assim, estaremos diante de um novo Universo interessantíssimo.

Estilo: dreampop, r&b

Destaque: New Rules, Run Away e 20cm (um r&b totalmente fora da curva no disco mas que funcionou muito bem)

#5 All to Action – ATEEZ

STAN ATEEZ. É necessário entender antes de tudo que a ATEEZ é um grupo que merece o nosso suporte, principalmente depois do ano que eles tiveram, repletos de conceito, coesão e aclamação (dos fãs, porque a mídia ainda não acordou para eles). All to Action é o primeiro disco completo deles, e fecha com maestria toda narrativa que o grupo estabeleceu desde o início com a dobradinha poderosa Treasure e Pirate King. Todos os eps da ATEEZ nesse meio do caminho, assim como SKZ e Clé, foram contando histórias interessantes, com singles muito bem produzidos e muitos deles chicletíssimos, como o hit Wave. Apesar de todo disco ser muito acima da média, o que me conquistou e provou que ATEEZ ainda será gigante, foi Precious (overture), quando Hongjoong nos leva ao passado – Treasure – para fechar esse capítulo. Essa estratégia BTS, de fazer tudo muito amarrado, criando um Universo de possibilidades, é a melhor ideia a ser copiada, e eles fazem isso de uma forma inteligente, sem parecer xerox em momento nenhum. Mal posso esperar o que será apresentado na próxima Era.

Estilo: pop, edm, r&b

Destaque: Precious (Overture), Wonderland (single poderosíssimo), MIST (r&b da melhor qualidade) e WIN (poderia ter sido o lead single de tão chiclete e boa)

#4 Fancy You – TWICE

Fiquei em dúvida se colocava aqui Fancy You ou Feel Special, pois ambos os discos produzidos esse ano pelas TWICE (em coreano) foram muito bons e sacramentaram o meu amor por elas. Acabei optando por Fancy You por causa de Fancy e do disco físico mesmo, que é dos mais lindos que tive a oportunidade de adquirir. 2019 foi um ano complicado pro grupo, que trabalhou muito e viu Mina precisar parar por um tempo por causa de ansiedade e estresse. Mesmo assim o grupo se envolveu mais em seus trabalhos, as integrantes participaram das produções das canções e isso agregou muito valor ao trabalho final. As seis músicas do disco são muito boas, nenhuma sobra, todas fazem sentido nessa nova fase menos infantil, sem muito aegyo e com muito carão e atitude. Sou muito fã desse lado das TWICE e espero que elas explorem ele bem mais.

Estilo: dreampop, Charli XCX pop

Destaque: Fancy, HOT e Girls Like Us

#3 Reality in Black – MAMAMOO

Mamamoo é atualmente o melhor grupo feminino de música pop junto com as Little Mix na minha opinião. Gosto muito das TWICE, entendo o apelo das BLACKPINK, mas as Mamamoo estão em outro nível artístico, musical e possuem um entrosamento invejável. A participação delas na produção não somente das músicas e letras mas também nas coreografias define o porquê do grupo ter crescido tanto e ser tão impecável em todas as suas apresentações ao vivo. Isso que nem falo de gogó, algo que elas possuem de sobra, e numa indústria como a do kpop, sempre tão taxada por ser falsa e muito apoiada por lipsync, isso é ainda mais importante. Reality in Black é o melhor trabalho do grupo até então, e mostra a versatilidade delas, com baladas jazz, blues, r&b e pop.

Estilo: r&b, por vezes meio blues e jazz, um pop sofisticado

Destaque: HIP, Destiny e 4X4ever

#2 Sleepless in _____. – Epik High

Eu confesso que "roubei" para colocar esse disco aqui pois para mim Sleepless in _____. não é apenas um dos melhores discos do ano, como um dos melhores que já ouvi nos últimos tempos. Provavelmente estaria no topo de uma lista com discos da década também. Epik High é um trio composto por Tablo, Mithra Jin e DJ Tukutz, que fazia parte da famigerada YG mas que finalmente se libertou e nos presenteou com essa bela obra. Sleepless in é um soco no estômago, um compilado de músicas feitas para insônes, ansiosos, pessoas que vivem nessa grande distopia que o mundo virou. As letras são difíceis, as músicas possuem uma produção sofisticada e diferente, os raps tocam na nossa alma. Não existe nenhuma música mediana, o disco é 100% excelente e merece ser escutado em ordem pois ele conta uma história que a gente precisa ouvir para se sentir contemplado. Eternal Sunshine é uma das melhores músicas que já escutei e foi produzida por Min Yoongi (Suga de BTS). Taí uma parceria que faz todo sentindo e ficou maravilhosa.

Estilo: k-rap e r&b

Destaque: Todo disco, de verdade. Porém Eternal Sunshine, In Seoul (lembra muito a obra prima do Namjoon, mono) e No different.

#1 Map of The Soul: Persona – BTS

Não tinha como escolher outro disco, senão um dos maiores marcos da carreira de Bangtan; Map of The Soul: Persona. O disco não somente abriu uma nova era do grupo, que fechou a gigantesca Love Yourself no auge, como teve a responsabilidade de voltar ao passado do grupo, retrabalhando e refletindo eras anteriores, agora com olhares diferentes, mais maduros, em meio a sucesso mundial e com personas diversas. Seja por beber do trabalho de Jung, ou por ter sido majoritariamente escrito por Kim Namjoon, MOTS é uma salada de frutas da melhor qualidade. Intro: Persona tem uma das melhores letras de músicas lançadas esse ano e mostra um Namjoon confiante e confortável na sua pele, algo que sabemos – pois ele nos conta -, não foi um processo nada fácil. Boy With Luv é o maior hit da carreira do grupo até então, e com coreografia leve e divertida, mostra que Halsey funciona muito bem com eles. BTS conseguiu fazer com que uma música escrita pelo Ed Sheeran não soe como todas as outras dele, o que é um feito per se. Mikrokosmos é o britpop que a gente não sabia que seria possível num disco de Bangtan, e que nos leva as lágrimas pela conexão com a tour e que devemos sempre sonhar, brilhar e sorrir. Se Dionysus acabou virando o grande single fora da curva e protagonista das melhores e maiores performances nas premiações de fim de ano, é HOME quem reina absoluta nos motivos de MOTS ser o melhor disco de kpop do ano. HOME é uma das melhores músicas que BTS já fez. e o fato que eu escutei ela 412 vezes (literalmente, o lastfm me contou) é motivo suficiente para Persona merecer todos os direitos possíveis. E claro, sempre bom lembrar que o disco vendeu mais de 4 milhões de cópias, ficou em #1 na Billboard e é o disco mais vendido do ano em todo o mundo, atualmente na frente de Billie Eilish, Taylor Swift e Ariana Grande.

Estilo: pop, r&b, britpop, trilha de anime, MOTS é uma salada de frutas que deu muito certo

Destaque: HOME, Persona, Make it Right e Dionysus

Menção honrosa:

The Book of Us: Entropy – DAY6

Sweet Chaos é um grande jam e finalmente eu posso dizer que a DAY6 entrou na minha vida para ficar. The Book Of Us foi uma sucessão de ótimos acertos.


We Boom – NCT DREAM

We Boom sacramentou a Dream como a melhor unit da NCT na minha opinião, sem dúvidas a mais coesa de todas e que merece ser mantida ao invés de ficar perdendo membros cada vez que eles completam 19 anos (sim, é assim que ela funciona atualmente). Ver os meninos saírem da fase aegyo para um ciclo mais maduro foi essencial para o disco ter feito sucesso.

Sobre a autora

Camila Monteiro é jornalista e estudante de doutorado em música, mídia e fandoms. Ama cultura pop e é muito fã de Bangtan. Sua vida se divide em antes e depois que ela viu Park Jimin na sua frente.

Sobre o blog

Nesse espaço discutiremos o Universo Kpopper: fandoms, bandas, debuts, disbands, MVs, álbuns, tours, coreografias, Coréia e tudo que o K-Pop nos oferece. Entre visuals, rappers e vocalistas, ultimates e bias wrecker estabelecido(a)s, vamos refletir sobre as diferentes gerações do pop coreano, a influência na moda, beleza, cultura e como o K-pop muda a vida das pessoas.

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